No último dia 09 de outubro, o militante petista Bráulio de Barros Wanderley concedeu entrevista coletiva na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), para os estudantes do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, especificamente os alunos dos 4° e 8° períodos. O entrevistado discutiu diversos assuntos – desde a sua vida política, passando pela crise do partido dos trabalhadores (PT) até as especulações sobre candidatos às eleições de 2008.
Com 30 anos de idade, Bráulio dedicou mais da metade à militância. Ele se interessou pela política ainda jovem aos 12 anos. A história política se confunde com o movimento estudantil. Inicialmente ele era do Partido Comunista do Brasil (PC do B), este por sua vez estava relacionado também à luta dos estudantes. Consequentemente Bráulio fez parte dessa revolução. A princípio nos grêmios estudantis das escolas nas quais estudou, em seguida na universidade e no Diretório Central de Estudantes (DCE). Esse foi um dos pontos criticados pelo petista – o aparelhismo do movimento estudantil. De acordo com Bráulio “o movimento virou uma máquina de fazer carteirinha. Se você é estudante não precisa provar isso com uma carteira”. Devido a esse desvio da idéia original do movimento ele se desfiliou do partido e começou uma nova história no PT.
O militante fez uma análise sobre o caminho percorrido pelo atual presidente para chegar até a presidência. Falou sobre a histórica eleição onde seu principal adversário de Lula foi Collor e depois da disputa presidencial de 2002. Entretanto dois aspectos foram enfocados por Bráulio: a crise do PT e o atual governo. Bráulio afirmou que dentro do PT existe uma idéia de coletividade ao se falar de um mais políticos e isso prejudicou a imagem do partido. “Por causa de meia dúzia de pessoas que erraram o partido todo ficou com a fama. Criou-se a idéia de que o PT não pode errar”. Por ter se projetado dentro de um das lutas sociais do país – o sindicalismo - Bráulio falou da estagnação dos movimentos sociais que esperaram uma atitude favorável do governo. Ele afirmou que “chegou a hora da cobrança”.
O cenário político local para as eleições de 2008 também foi abordado durante a coletiva. Bráulio falou sobre a política pessoal e não partidária que é praticada na região. Para ele a cultura política de Juazeiro e Petrolina, mas ainda do município baiano, é messiânica, pois as pessoas votam nas pessoas e não nas propostas. “Existe uma bipolaridade ou as pessoas votam em Joseph ou em Misael”. Ele disse também que é preciso formar um nome do PT em Petrolina para concorrer às eleições municipais. Um nome capaz de diferenciar as opções que na verdade são apenas uma: a família Coelho.
Para concluir a entrevista, Bráulio – por estar entre alunos de Jornalismo - não pode deixar de responder sobre a cobertura dos meios de comunicação no governo Lula. Ele disse que alguns meios, principalmente os maiores se apropriaram dessa crise que começou com o mensalão e agora se estende com o escândalo de Renan Calheiros, mas enfatizou que ainda existem meios de comunicação sérios comprometidos com a informação. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre a história política desse militante pode acessar o blog de Bráulio Wanderley.
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