No texto “A internet e o novo papel do jornalista” Inês Mendes Aroso discorre sobre as mudanças da função do jornalista com o advento da internet e consequentemente do jornalismo on-line. A autora discute sobre como deve ser o perfil deste profissional e qual a relevância dele na era da informação digital. Inês Mendes, com base nos argumentos de estudiosos desta área, pontua elementos que definem o papel do jornalista neste novo meio como alguém mais dinâmico. Esta característica vem a se assemelhar com o próprio dinamismo da internet e do jornalismo on-line. Mas, antes de discutir mais a fundo esta características frisada pela autora é importante destacar outra observação feita por ela.
Com a mudança na formação dos jornalistas eles terão que ter a “capacidade multimídia”, ou seja, a habilidade para atuar nos diversos meios e não apenas se especializar em apenas um. Mas que isso! Esses novos profissionais terão que dominar as ferramentas da web. Entretanto, será que os cursos de graduação de jornalismo que tem habilitação para uma única área estão pensando nessa nova vertente? E os cursos com habilitação em multimeios oferecem essa formação técnica com qualidade? A falta de conhecimento nesta área não é um fator excludente que impossibilita o jornalista de exercer a profissão. Tanto que a autora afirma que o saber escrever, a forma como se conta o fato é mais importante que a técnica. Mas sem dúvida é uma questão para ser refletida.
Retornando ao dinamismo da internet, outras questões são levantadas em relação a este assunto. Como por exemplo, a verificação da notícia antes da sua publicação instantânea. Instantaneidade esta que pode se dá por medo do furo jornalístico. Em muitos casos a notícia na internet é somente um lead de uma matéria num jornal impresso, ou quem sabe uma nota seca em um telejornal. Em detrimento disto mais questões surgem: como deve ser o texto de um jornal on-line? Qual a relevância do jornalista? A internet permite que muita informação seja disponibilizada num curto período. E esta já não é mais detida somente pelo jornalista. Com a democratização desse meio, qualquer pessoa que acesse a internet e tenha uma página - um blog ou orkut já que estes se tornaram mais populares nesse meio – pode postar qualquer informação.
Todavia Inês Mendes cita diversos autores que defendem a existência do jornalista, nesse momento mais imprescindível do que nunca. A necessidade surge basicamente pelos seguintes motivos: a credibilidade da notícia e um filtro que selecione estas informações. Com a participação quase que maciça das pessoas não é possível comprovar a veracidade da notícia divulgada. Quem via creditar essa matéria se for o jornalista? Outro ponto é a grande quantidade de informações disponíveis. Quem nunca se deparou com isso? Ao fazer uma pesquisa na internet por mais que tente ser objetivo muitos resultados aparecem. E em muitos casos são assuntos que não interessam ao navegador. O jornalista vem a desempenhar esse papel. Este novo profissional transformou-se em algo mais. Além do seu papel de informar é importante filtrar e ter responsabilidade sobre o que é publicado.
domingo, 14 de outubro de 2007
Assinar:
Postagens (Atom)